segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Aprendendo ...


Quantas vezes são necessárias dar a cara à tapa pra aprender que apanhar dói.

Eu cansei de enxergar as injustiças e perceber que não adianta reclamar sobre elas, saber que está tudo incerto é apenas um detalhe, na maioria das vezes não muda nada.

Há tantas escolhas, tantos caminhos a se seguir, tantas soluções ao alcance que às vezes parece que é de mentira.

Eu soube de histórias tristes que me fizeram chorar, assisti a filmes em tudo era muito difícil, mas sempre ficava bem no final.

Nunca é como nos filmes, quero ensinar isso à Ju sem destruir os sonhos dela e as coisas que ela acredita o cara mais bonito nem sempre é o certo, o amor aos quinze nunca dura até os trinta, beber porque todos bebem não é uma boa idéia, acreditar que se vive de amor é ilusão, é preciso estudar e lutar pra ter o que se quer, ou então as pessoas vão jogar sempre tudo o que fazem por você na sua cara, tantas vezes que vão chegar a te humilhar e ofender só de olhar.

A tal da filosofia de Jah te leva a fumar a maconha, e de lá pro crack é um pulo, e no crack pra morte um passo.

Aqui onde trabalho vejo que reclamamos de tudo o que temos, enquanto mães dão graças à Deus porque seus filhos resolveram tentar se tratar.

Geralmente as internações pra dependes químicos acontecem às sextas feiras, e como é uma comunidade terapêutica ninguém fica se não quiser mesmo ficar, o que significa que jovens de 16 anos viciados em crack entram na sexta e na segunda querem ir embora...

Abstinência.

Enquanto alguns vêm até aqui todos os dias, algumas vezes de duas a três vezes por dia, porque querem muito se curar, outros jogam fora o esforço que suas famílias faz para poder pagar por tudo o se precisa quando são internados

Por outro tem o trabalho do Conselho que me enche de orgulho de ter conseguido um estagio num lugar tão bacana, e com MUITAS pessoas que trabalham pelo simples fato de quererem o bem dessas crianças, o CMDCA é formado por pessoas do poder público, e nenhuma dessas pessoas recebem por esse trabalho.

Eu que sempre achei que Pedagogia era um lindo caminho a seguir percebi um ainda mais bonito pelo menos pelos meus olhos.

Serviço Social. Que bom que tive a chance de conhecer a Janaina, a Raissa e aprender tanto sobre um trabalho tão importante.

E as vezes pareço até chata, sempre que a Janaina está fora de atendimento, o que é raro ... Sentamos na cozinha e aproveito pra perguntar TUDO o que tenho vontade, ainda bem que ela é Assistente Social e tem paciência o bastante pra me explicar as coisas que pergunto, (que não são poucas). Rs.

Eu sempre fui apaixonada por essas épocas festivas, mas o Rafa me fez ver outro lado do Natal.

Eu sempre fiquei sonhando com as coisas boas que essa época poderia trazer, e as coisas não funcionam mesmo assim.

E ele não me fez deixar de acreditar nos meus sonhos, muito pelo contrário, não sei como descrever, mas é mesmo muito melhor manter os pés no chão. E mesmo deixando de ver tudo como eu sempre via, foi diante de muitos o melhor natal que passei.

Apesar da dor que começa no couro cabeludo e termina no dedão do pé (aliás, tenho os pés muito +/-) huahuahuahua, e a saudade do meu bebê que está com o papai dela.

Nossa, escrevi muito e nem sei se é o tipo de coisa que alguém gostaria de ler, mas eu desejo que cada uma das poucas pessoas que eu julgo verdadeiramente importantes pra mim possa ler, e sentir a verdade do amor que coloquei em tudo o que eu disse, principalmente porque na noite do dia 25, o cisco da felicidade caiu nos meus olhos e me fez chorar, como há muito não acontecia. Muito mesmo...

E numa fração de segundos me lembrei de tanta gente importante, e quis viver ‘aquele’ momento em que estava por muitaaas vezes mais!

Sei que vai parecer clichê, mas não encontro outro jeito de dizer, se me olhar vão ver isso transbordando em mim: ‘ eu nunca amei assim... ’ \o/ /o\ \o/ ♪.

Preciso deixar de reclamar e agradecer.

Parar de apagar as coisas boas que me aconteceram sempre que houver algo ruim, porque essas lembranças quero guardar pra sempre.

J

Eu queria citar nomes, mas se eu me esquecer de alguém vou me encrencar.

Então...

Fim.

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