Depois de o James ter apanhado ... e me negado como Judas negou Jesus.
Haha. Não ri, é sério!
A gente não se falou mais... até o dia 9 de setembro de 2008... às 3 da madrugada!
Maaaas ... antes vou contar do dia 6 em diante.
Era casamento da Vanessa minha prima, e eu não fui porque estava na fase do quase.
Então naquela noite eu chorei muito, parecia sentir alguma coisa, um frio na barriga,
aquela sensação de choro gritado, mas que não dava pra gritar.
Eu ouvi uma música que marcou essa noite de um jeito tão forte, que me lembro 'com detalhes ricos' (peguei emprestado) de todas as sensações. Inclusive o cheiro do quarto, o lençol que estava na cama. TUDO!
"Amanhaceu ... é hora de voar..." ♪
:´)
Se eu ouvi-la agora, eu vou chorar e sentir as mesmas coisas que senti naquele dia.
Eu não me lembro o que fiz no domingo.
Mas me lembro que na segundo, dia 8, eu acordei com uma sensação de cólica, e a minha mãe me aconselhou a caminhar no quarteirão.
Quando cheguei da volta, parecia que havia corrido na São Silvestre.
Minha casa com pintor e pedreiro, um barulho de perturbar qualquer um, e eu dormi a tarde inteira, como se estivesse num campo calmo e fresco.
Acordei com a sensação de cólica um pouco mais forte, e então eu pude perceber que eram as tais CONTRAÇÕES.
Santo Deus, precisava disso tudo ?
Como resolvi seguir as instruções do meu obstetra eu só fui para o hospital quando elas chegavam de 2 em 2 minutos.
Cheguei la às 2h da madrugada, minhas dores foram ficando mais fortes, e comecei a sangrar.
Eu não gritava e nem chorava, estava calma.
Mas eu queria demais que o James soubesse que eu estava la, não sei se porque fazia muito tempo que eu não ligava ou se estava emocionada demais, mas não me lembrava do número do telefone dele.
Quando consegui falar, ele quase teve um troço.
Estava no plantão do TG e gritava, 'Minha filha vai nascer caraaa.'
Outra coisa que não consigo esquecer.
O tempo foi passando e em exatas 12 horas de dor constante (contando o tempo que fiquei em casa), eu perdi a noção do tempo, não sabia se ainda era madrugada, e comecei a chorar e gritar.
Eu implorei por uma cesariana 12 horas depois, mas o bonzinho Dr. Éric não deixou.
E hoje fico feliz por isso.
Eu fiz tanta força, que quando achei que iria morrer por não aguentar mais, às 9h e 17m do dia 9 de setembro de 2008 a minha vida mudou pra sempre.
A luz e alegria dos meus dias nasceu.
Eu olhei bem para aqueles olhinhos puxados e apertados, e só soube sorrir e amei de forma intensa e sem explicação.
Que momento indescritível, que honra ser mulher e poder viver isso.
Que bom que Deus foi tão maravilhoso comigo, não ouviu as minhas besteiras, e me presenteou da maneira mais linda.
Eu sou mãe!
